quarta-feira, 16 de maio de 2012

John Ritchens - A Entrevista









Por: Fernando Seabra

John Ritchens é uma figura conhecida e reconhecida da cena Hard Rock carioca, desde os tempos que ouvir Bon Jovi era coisa de macho. A seguir, vamos a um papo rápido com o compositor, guitarrista, cantor e boa praça John Ritchens:



1- Em rítmo Speed Metal, fale como foi o seu descobrir do Hard Rock!
Quando eu nasci há 40 anos atrás! Esta pergunta poderá causar indignação nas pessoas que não me conhecem, mas vamos para a explicação lógica: cresci com dois irmãos de criação mais velhos e eles escutavam todo tipo de música e estavam ligados ao que acontecia no mercado internacional adquirindo os vinis importados. O que rolava na vitrola deles era: Deep Purple, Led Zeppelin, Black Sabbath, Steppenwolf, Grand Funk Railroad, Peter Frampton, Barry White, Earth Wind & Fire, Barry Manillow, bandas da Motown, mais tarde coisas disco e por aí vai. Eu não andava com os coleguinhas do Colégio e ou das pracinhas, mas sim, convivia com os amigos desses meus dois irmãos de criação. Amigos estes com os quais falo até hoje! Tenho MUITO orgulho de ter conhecido as bandas antes das gerações “Kiss 83” e “Rock In Rio”.
2-Hard Rocker, Glam Rocker, Poser, Hair Metalist...qual é a sua?
Hard Rocker! Sem dúvida!
3-Pergunta clichê, mas clássica: em uma ilha deserta, somente com 10 albums, quais voce levaria???
Essa pergunta é a mais difícil de todas, pois terei que mencionar apenas 10 albums! Mas, vamos lá!
1 – “Venció” – Marcos Witt
2 -  “Alabanza & Adoración” – Marcos Gonzáles
3 – “Deus de Promessas” – Toque No Altar
4 - “Stories” - Addison Road
5 - “Once – Original Soundtrack” - Glen Hansard and Marketa Irglova
6 – “Fearless” – Taylor Swift
7 – “Be Here” – Keith Urban
8 – “On The Rural Route 7609” – John Mellencamp
9 – “Victims Of The Future” – Gary Moore
10– “Strict Joy” - The Swell Season

4-Lembro de você desde os tempos dos concursos de bikini das festas Metal, na galeria Alaska, em Copacabana. Desde entao, viramos amigos e continuo seu grande fã. Conte um pouco sobre aquela época, pra quem não a viveu!
Era uma época de ouro! Algo que NUNCA voltará! Só quem viveu sabe o que foi! Os anos 80 foi algo maravilhoso, porém uma faca de dois gumes  onde músicos de verdade e inclusive rockers se venderam para ganhar dinheiro fazendo lixo musical e pagando mico. Era uma época na qual as estações de rádio tocavam música de verdade e não como é nos dias atuais. Me recuso a escutar rádio hoje em dia. Com exceção da JB FM e Antena 1 Light FM. Em se tratando de rádio, me lembro perfeitamente da Radio Antena 1 tocando Journey, Survivor, Chicago... Tínhamos uma das melhores rádios do universo, a Fluminense FM, com uma eclética e excelente programação musical! Que radio tocaria The Prophecy do Queensryche em um dia de semana as 7 da manha? Na TV tínhamos o BB Video Clip que era um programa de vídeo clips e nele realmente passavam clips que prestavam e de vários estilos.  Fora o programa derivado dele o BB Video Roll voltado ao Metal e ao Hard Rock e que passava aos sábados.
Naquela época as pessoas que escutavam metal, faziam isso com amor, honestidade. Todos eram irmãos, compartilhavam gravações, eram unidos. Não eram modistas e muito menos pessoas sem personalidade como é a cena atual. Naquela época existiam verdadeiros ideais, inteligência, pessoas que tinham cérebro não somente para enfeitar o interior da cabeça, mas sim para usá-lo!
5-O que é mais bizarro: Guns N´ Roses virarem cult ou ninguem se lembrar do Autograph (risos)?!
Guns N´ Roses virar cult!!!! Autograph é uma banda que mora nos corações dos verdadeiros amantes do Metal da época! Impossível não esquecer do Autograph!
6-Como anda a sua carreira? Há chances de você resgatar "Don´t Forget Yesterday"???
Carreira voltando com força total e em velocidade máxima! Quem estiver na frente será atropelado! Rs... Deixa eu recapitular um pouco para aqueles que estão chegando agora, um resumo MESMO! Vamos lá! Não tenho parentes em gravadoras e muito menos no meio artístico. Toco guitarra desde os 8 anos de idade e desde então estudo música (teoria, prática). Até 91 NUNCA havia pensado em formar banda. O Grunge veio para duas coisas: acabar com os modistas e infelizmente baixar a bola do Hard. Decidi montar uma banda para salvar o Hard Rock, então moribundo. Infelizmente as pessoas não lutavam pelo sonho e nos ensaios, bem, era só eu e a minha guitarra e pagando tudo sozinho... Ao mesmo tempo a pedidos de um contato da Sony, fiz uma fita pessoal de demostração como guitarrista e essa fita teve um impacto impressionante entre grandes empresários e meu nome começou a rolar no meio artístico (Rede Globo, Sony Music...). Meu nome começava a crescer e decidi então não ter banda e seguir solo. Eu já tocava além da guitarra, contra baixo e também fazia arranjos, letras, as músicas e aprendi a não depender de ninguém! Uma entrevista do Gary Moore de que havia lido em 1982 traduzida para a Revista Metal, me chamou a atenção aonde ele disse que havia começado a cantar para não depender de vocalista e isso foi uma luz para mim! Comecei em 94 a ter aulas de canto em português e inglês com uma cantora de Jazz. Em Dezembro de 1997 gravei duas músicas com o Yahoo. Era o Yahoo só que comigo nas guitarras e vocais. Duas músicas foram gravadas: “You Are All That I Need” e “Don´t Forget Yesterday”.

7-Hard Rock é o quê para você?
Um estilo a ser respeitado, amado, sem lugar para modistas e farsantes.

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