domingo, 27 de maio de 2012

20 Anos de Revenge



 


Kiss - "Revenge" (Mercury, 1992)

by Fernando "ACE" Seabra

O Kiss devia um disco como este há tempos! Devia não só ao cenário do Rock and Roll, ao "Kiss Army" espalhado ao redor do mundo ou ainda à crítica, mas sim e enfim, a eles próprios! Chega de som plastificado, cabelos armados e canções estilo chiclete, com a fórmula infalível, mas já saturada, do refrão interminável!! O que temos agora é uma sucessão de canções que, sem medo de ser prematuro em meu julgamento, incluem este material não somente entre o melhor do grupo, que está para completar 20 anos, mas no roll da história do rock!
Novamente sob a batuta mágica do produtor Bob Erzin, que havia queimado o filme com o grupo no famigerado disco "(Music from the) The Elder", e consequentemente, se queimado com a banda.
Os 12 temas apresentados têm nota 10 em todos os requisitos: composição, arranjo, execução e produção. "Revenge", título amargurado, talvez reflexo da perda do amigo e baterista Eric Carr por decorrência do cancer, o quarteto assume um semblante soturno, coerente com os sentimentos projetados nos quase 60 minutos do álbum. Isso tudo me faz lembrar os dois lps mais pesados do grupo, "Hotter than Hell", de 1974, e "Creatures of the Night", de 1982, mas com uma naturalidade ou ausência de pós- produção que, enfim, fazem você por o disco repetidas vezes em seu som, com o volume no talo! ´Unholy´abre o trabalho, com um Gene sombrio, interpretando a música como se fosse um anjo do apocalipse. Há muito de ´War Machine´ nesta música, isso graças e muito a presença de Vinnie Vincent, que se não decolou como deveria, mostra-se ainda afiado como compositor. ´Take it Off´possui um sacana gosto de clube de sacanagem, com você imaginando strippers tesudas rebolando seminuas. Paul, quem a interpreta, parece que nasceu para compor canções como esta, só que com o auxilio luxuoso de Mr. Erzin, e da performance fenomenal de um Bruce Kulick agora a vontade nas 6 cordas e de um novato, pelo menos na banda, mas experiente mestre das baquetas, já tendo passado por feras como Alice Cooper, The Cult e Black Sabbath, entre outros, Eric Singer; não teria como ser diferente, né?! ´Tough Love´, outra com Paul envenenado, enverada-se pelas searas do Led Zeppelin, com um riff matador. ´Spit´, a faixa seguinte, tambem bebe da fonte zeppeliana, mas pelo enfoque de Gene, soando agressiva e mortal! ´God Gave Rock and Roll to You II´, apesar de já velha conhecida, difere um pouco da versão encontrada na trilha sonora do (pavoroso!!) filme "Bill and Ted Bogus journey", soando menos encorpada e com sonorizaçao ao vivo. Infelizmente, via videoclipe, esta foi a canção despedida de Eric Carr, e se ela já não soava nostálgica, agora ganha contornos de adágio...´Domino´ é, sem sombra de dúvida, uma das 5 melhores músicas de Gene e, também, uma das melhores do Kiss, de todos os tempos, com seu jeito meio Lou Reed e letra perigosa. Outra fenomenal é ´Heart of Chrome´, pelas rédeas de Paul, um hardaço que irá fazer seu prédio vir a baixo - o meu quase o foi hahahahha...´Thou Shalt Not´inverte o ladrão na noite do álbum "Crazy Nights", de 1987, com o linguarudo pondo em prática sua Simmons Way of Life: sexo, mulheres e dinheiro! ´Everytime I look at You´é uma singela balada de Paul, acústica como ´Forever´, mas não tão melosa quanto esta, dando a impressão de uma música romântica madura com jeito de Peter Frampton.



´Paralyzed´confirma a suspeita de que Mr. Simmons tomou gosto pela boa composição rock, deixando pra trás o jet-set hollywoodiano, produtoras de bandas e coisas que não seja sentar o rabo e mandar ver em rocks viscerais! ´Just Wanna´ tem introdução que lembra muito, mas sem cara de plágio, mais como uma homenagem mesmo, o tipo de canção feita por Eddie Cochran, famoso nos anos 50, berço do rock and roll. A letra, ou melhor, o refrao é malicioso, pois te faz querer falar a palavra que faz bem, mas como um antigo blues ou forró, usa o duplo sentido como escapudela à censura. O álbum finaliza com ´Carr jam 81´, que em sua versão original, tinha além de Eric Carr, Ace. Agora temos Bruce, que refaz a introdução, depois reaproveitada nas músicas ´Break Out´, da carreira solo de Ace, e ´Who Wants to be Lonely´, do poser disco "Asylum", de ´85.
O restante da música é um poderoso solo de bateria, que Mr. Carr usaria por todo seu tempo no Kiss, com algumas pequenas adaptações, soando esta instrumental como uma espécie de ´Mob Dick´ revisada, um epitáfio à honrosa carreira daquele que "parece uma criança mas que bate como um homem", conforme Paul dizia em shows, tempos atrás..."Revenge" é tudo isso e muito mais...é um disco que tem que estar na sua coleção!

2 comentários:

  1. uuuuunnnnn hoooooooooooooooooo lllllllyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyy!!!

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  2. E isso quer dizer o quê Anônimo? Traduz aí.

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