Black Sabbath ao vivo no Rio de Janeiro em 1992

Por: Fernando "Ace" Seabra
Fotos: Rosanna Alberti (Backstage)
Ingresso: Marcello Salles


Black Sabbath - Live At Canecão, Rio De Janeiro, Brasil
 (29 & 30.06.1992)

Nunca pensei que iria ouvir "ao vivo" o "Live Evil"!! Muitos consideram a formação original, com Ozzy nos vocais, a melhor do Black Sabbath, mas mesmo achando, sim esta a mais criativa, e que foi responsável pelos fundamentos do Metal Pesado, ou como se chamava na época, "pauleira", meu coração metálico bate mais forte com a que tem Ronnie James Dio nos vocais! Erroneamente nomeada como a "formação original", pelos meios de divulgação, a formação do Sabbath que veio se apresentar na América do Sul - além do Brasil teve shows na Argentina e Chile - é aquela que, com exceção do batera Bill Ward, repete a do retorno em 1980, com o maravilhoso álbum "Heaven and Hell".
O quarteto formado por Dio nos maravilhosos vocais, o "chefão" Tony Iommi nas seis cordas, Terry "Geezer" Butler no baixo, Vinnie Appice na bateria e Geoff Nichoalls nos teclados, veio a nossa terra promover o Lp "Dehumanizer". Disco que honra a história do Metal e da própria "Bruxa", pesado, oculto e sombrio. Com um set list que abrange uma panorâmica da carreira dos mestres, pegando inclusive canções da fase Ozzy, tão bem readaptadas ao modo de interpretação do Dio - e na minha humilde opinião, muito superior, técnica e perfomaticamente falando! Com músicas da fase com Dio - curioso como o belo material dos discos com Gillan e Hugues, infelizmente, não rola; e graças aos Deuses do Metal tambem não são executadas as canções "xerox de papelaria" do período com Tony Martin -, a casa de shows Canecão, tremeu com os hinos metálicos!

A despeito de alguns problemas de som, principalmente no início do segundo show, profissionalmente bem resolvidos pelos músicos, o show foi uma realização de sonho para a maioria dos presentes, e a descoberta por uma nova geraçao de headbangers ou rockers de que o peso não surgiu em Seatle, que Death Metal ou Black não são os mais sorumbáticos estilos e que a banda ainda tem muita lenha para queimar! Dio continua com a voz afiada, sabendo dosar agressivdade com melodia, enquanto a parte instrumental é sólida como uma rocha! Na minha opinião, desnecessários, cansativos até e, creio, até limitados, foram os momentos dos solos de bateria e guitarra, que muito bem poderiam terem sidos substituídos por outras muisicas - por exemplo, mais material do novo Lp, "Dehumanizer", ou demais clássicos, como ´Children of the Grave´e ´Voodoo´. O público, entretanto, nem ligou, curtiu cada segundo de show - eu estava lá na frente, e também pirei com o poder emanado pelos caras! Espero sinceramente que o grupo volte ao Rio, ou ao Brasil, o mais breve possível, e que continue, lançando mais álbums, tão bons e poderosos quanto "Dehumanizer" - pra mim, desde já, um clássico da banda, lado a lado com "Paranoid", "Sabbath bloody sabbath", "Heaven and Hell" ou ainda "Born again"; e, desde já, um dos melhores lançamentos de 1992! Quem foi, viveu, quem não..."die young..."..."if you listen the fools, the mob rules!!"...

O set list:
E5150
Mob Rules
Computer God
Children Of The Sea
Time Machine
War Pigs
I
Die Young
Black Sabbath
TV Crimes
Master Of Insanity
Iron Man
Heaven & Hell
Neon Knights
Sabbath Bloody Sabbath (intro)
Paranoid
Heaven & Hell (reprise)
Fluff