terça-feira, 26 de junho de 2012

Resenha - "Ultimatum"

Por: Gustavo Carneiro




Metalmorphose & Dorsal Atlântica - Ultimatum (1985) - Relançamento (2012) - LP - Hell Music.

Fazia mais de vinte anos que eu não ouvia o Ultimatum. E a audição deste clássico do Heavy Metal nacional trouxe a tona uma série de memórias e lembranças dos anos 80 e da minha adolescência. Programa Guitarras, Caverna 2, Baixo Gávea, Heavy, Point Rock, fila na Gramophone para comprar um simples disco importado do Venom, amizades feitas através de fitas cassete de shows piratas. Tempos sem internet mas penso que éramos mais bem informados. Penso que a ausência e as dificuldades faziam com que tivéssemos mais sede de conhecimento e informação. Numa roda de amigos, certos erros de informação não eram perdoados.
Essa introdução, é pelo fato de que esse disco é um reflexo dessa época, existe uma originalidade, um frescor, uma ingenuidade e uma garra, que você não encontra no Heavy Metal atual.
E ao mesmo tempo em que o disco apresenta alguns problemas técnicos, eles acabam sendo compensados e de certa forma usados a favor das bandas, criando um som único.



A Metalmorphose conseguiu a proeza de logo no primeiro disco, criar um hino do Metal nacional, "Cavaleiro Negro". O refrão que ninguém esquece: "Cavaleiro negro, cavaleiro do mal. Empunha tua espada em nome do Metal".  Em "Desejo Imortal" eles previram a influência para gerações futuras: "Hoje eu sou o grande rei de toda uma nação. E influenciarei a próxima geração". E embora todos na banda sejam bons músicos, temos que destacar os vocais de Tavinho Godoy e a bateria de André Delacroix, um dos melhores do gênero, nunca esqueço um show deles no Teatro do Planetário da Gávea onde Delacroix fez um solo de bateria usando usando um par de tênis. O lado Dorsal Atlântica é uma maravilha, tão bom ou até melhor que o icônico "Antes do Fim". Nota-se, além da influência da NWOBHM, a influência do Punk e do pré-punk com ecos de The Stooges e MC5. As letras também são ótimas, vide "Catástrofe" que, infelizmente, continua bem atual: "Nesse mar de lama. Não vou afundar. Por mim este país pode falir antes. Meu dinheiro não vai servir pra engordar. O ministro e seus amantes".





Em outra faixa clássica, "Império de Satã", Carlos canta: "Deus dê vida longa aos meus inimigos prá que assistam minha vitória". Outra que não posso deixar de citar é "Princesa do Prazer" que era um hit em potencial. "Vestida em couro negro. Minissaia e salto alto. Vai desfilando Sua beleza pelo asfalto".
Por último, não podíamos deixar de elogiar a gravadora Hell Music, por essa caprichada reedição em vinil, 
com direito a encarte extra colorido, disco na cor vermelha e todos os detalhes originais preservados como, por exemplo, os encartes em p&b datilografados.
"Ultimatum" é um disco essencial na sua coleção.




Metalmorphose
1. Cavaleiro Negro 03:18
2. Nosso Futuro 04:35
3. Hárpya 05:08
4. Complexo Urbano 03:31
5. Desejo Imortal 04:54

Dorsal Alântica
1. Império de Satã 03:32
2. Catástrofe 03:11
3. Armagedon 04:18
4. Princesa do Prazer 03:31
5. Heavy Metal 04:35





sexta-feira, 22 de junho de 2012

Novo single do Kiss

A imagem abaixo, é a capa do primeiro single, "Hell or Hallelujah", que fará parte do próximo disco do Kiss, "Monster".



terça-feira, 19 de junho de 2012

NY Rock Tour


Por: Gustavo Carneiro

Dois passeios por lugares históricos do Rock em Nova Iorque.

East Village

O ponto de partida é o metrô de Astor Place (linha 6). Passe por um cubo de aço preto chamado Alamo siga para Third Avenue e você verá o ST. Marks Hotel. Vários Rockers moraram nesse hotel, entre eles: Dee Dee Ramone, Johnny Thunders e GG Allin.
A essa altura você já estará na St. Mark´s Place, que é a rua mais Rocker de Nova Iorque, com ótimas lojas. Uma das principais é a Trash and Vaudeville, que fica no número 4, quase ao lado do ST.Mark´s Hotel. Foi fundada em 1975 e permanece até hoje no mesmo endereço. É uma instituição do estilo Rocker em Nova Iorque. Calças de zebra, Jaquetas de Couro, Calças de Spandex, roupas no estilo Punk, Gótico, Glam Rock e Heavy Metal. Vários rockers já fizeram compras por lá: Joan Jett, Iggy Pop, Sebastian Bach, Rob Halford, Keith Richards e Debbie Harry. O proprietário Jimmy Web é figuraça e vale tirar uma foto com ele. 

   



Do outro lado da rua no número 25 fica a Search & Destroy. Brechó Punk comandado por japoneses. Camisetas que a Vivienne Westwood fez no auge do Punk, jaquetas com patches e spikes, camisetas vintage de tour de bandas como Mötley Crüe, Ratt, Van Halen e Ozzy Osbourne. E ainda acessórios e toy art de inspiração fetichista e Punk. 
 
 





Siga em frente, passe pela 1st Avenue, quando estiver perto dos números 96 e 98 no lado direito da própria St.Marks, você estará de frente para a capa do “Physical Graffiti” do Led Zeppelin.

 
 
Continue andando passe pela Avenue A e você chegará no Tompkins Square Park. Nesse parque tocaram em 1966 Jimi Hendrix, Santana e Greateful Dead. Siga a direita na direção da 7th street no número 112 e você verá o mural do Joe Strummer no Niagara Bar. Localizado em Alphabet City, o Niagara tem como um dos sócios Jesse Malin que fez parte do D Generation. Em 16 de novembro de 2003, durante a gravação de um vídeo com Joe Strummer tocando um cover de “Redemption Song” do Bob Marley, foi feito nesse bar esse grafite que é uma homenagem a esse ícone do Rock.
 

Ande na direção da Avenue B e depois vá até a 6th street no número 99, você vai chegar no Manitoba´s. Esse bar Punk de propriedade de Handsome Dick Manitoba (vocal do Dictators) tem imagens na parede de Ramones, New York Dolls, The Damned e Rolling Stones, entre outros. Muitas fotos são de Bob Gruen e Mick Rock dois grandes fotógrafos do Rock. Atenção para a Jukebox considerada uma das melhores na cidade. Depois volte na direção da 2nd Avenue e vá até o número 105 e veja onde foi o Fillmore East.  Esse lendário teatro abrigou shows do Led Zeppelin, The Doors, Jimi Hendrix, Humble Pie, Iron Butterfly e Allman Brothers. Alguns grupos como Humble Pie e Allman Brothers gravaram discos ao vivo no local. Depois de fechado, infelizmente, virou um Banco.
Em 30 de novembro de 2003, a 2nd Street and Bowery, foi renomeada Joey Ramone Place. Neste quarteirão Roberta Bayley fotografou a banda para a Punk magazine. A foto se tornou a capa do primeiro disco do Ramones.

Na 2nd Avenue ande até a 1st ST e vá para a Bowery no número 315 e veja onde funcionou a icônica casa de shows CBGB OMFUG. O CBGB é considerada a mecca do Punk e do Rock alternativo americano. 


Alguns fatos sobre o CBGB:
- 33.000 bandas tocaram lá, entre elas: Ramones, Blondie, Dead Boys, Television, LA Guns, Guns n´Roses, Living Colour e Joan Jett.
- The Damned foi a primeira banda inglesa Punk a tocar lá.
- Patti Smith fez o último show do CBGB.
Hoje o local é a boutique de John Varvators que possui uma linha de roupas e acessórios ligada ao Rock. Lá você encontra vinis de Rock com preços bem salgados. Aliás toda a linha de John Varvators tem preços bem salgados mas que valem o investimento. Um detalhe interessante é que ele manteve algumas paredes com grafites originais do CBGB.


Do outro lado da rua, no número 306, fica a boutique da Patricia Field, Hotel Venus. É uma das lojas mais legais e loucas de Nova Iorque. Da última vez, encontrei por lá camisetas vintage do Slayer, Sex Pistols e do Iron Maiden. Calças de latex, jaquetas de couro com spike, blusas femininas customizadas dos New York Dolls e muita coisa inspirada pelo Glam Rock. Patricia Field, para quem não sabe, ficou conhecida por ter sido a stylist da série Sex and the City.



Finalize o dia com uma ida ao New Museun of Contemporary Art ali na Bowery no número 235. Na loja do museu você encontra peças muito interessantes como essa.







Chelsea e Garment District

Pegue o metrô da linha 1-2-3 e desça na estação 34 Penn Station. Se mantenha na 7th Avenue e ande até a 32rd street. Você estará em frente ao Madison Square Garden .
 
  
O Madison Square Garden é um dos lugares mais famosos para shows em Nova Iorque. Os Rolling Stones tocaram lá em 1968, logo depois da inauguração do local durante o Thanksgiving Day. Eles fizeram dois shows no mesmo dia. “Get Yer Ya Ya´s Out” foi o álbum ao vivo resultante desses dois shows. 

 
George Harrison, em primeiro de agosto de 1971, convidou alguns músicos para arrecadar dinheiro para o combate a fome. Esse concerto foi chamado de “Concert for Bangladesh” que foi o primeiro grande concerto beneficente da história. Elvis fez quatro shows consecutivos em 1972 todos sold-out. Em 1974 John Lennon fez lá a sua última apresentação ao vivo.
Depois ande até a 8th Avenue e entre na 30th street. No número 243 fica a joalheria do pai de Scott Ian que antes de se dedicar integralmente ao Anthrax, trabalhou lá.
Siga para a 7th Avenue e vá até a 23nd Street e depois caminhe na direção da 8th Avenue quando chegar no número 222 você estará no Hotel Chelsea.




Esse hotel foi construído em 1884. Por dezoito anos foi considerado o prédio mais alto de Nova Iorque. Lou Reed compôs “Walk on The Wild Side” baseado nos pessoas que moravam nesse hotel. O Grateful Dead fez um show no terraço do hotel. Alguns músicos que moraram lá: Patti Smith, Richard Hell, Jimi Hendrix e Dee Dee Ramone. Em 12 de outubro de 1978, Nancy Spungen, foi encontrada morta no quarto de número 100. Ela vivia com Sid Vicious que acabou sendo preso como o principal suspeito por sua morte.
Se você for fã do Kiss ande até a esquina da 23rd street com 8th Avenue. Foi lá que Bob Gruen fez a foto de “Dressed to Kill” do Kiss. Se você estiver num grupo de quatro pode tentar imitar essa clássica capa.

   
Ainda dentro do universo do Kiss siga na 23rd street na direção da Madison Avenue, quando chegar no número 10 East, você verá o lugar onde nos anos 70 o Kiss ensaiva. Foi lá que Ace Frehley fez o teste para entrar na banda. Uma curiosidade, é que no teste, Ace usou um tênis da cor laranja num pé e no outro na cor vermelha.
Para conhecer o último apartamento onde morou Johnny Thunders  desça a 23rd street na direção da Park Avenue entre na 21st Street e vá na direção da 2nd Avenue até o número 227 East.
Quer ver onde ficava o lendário Max´s Kansas City? Volte para a 3rd Avenue ande até a 17th St e vá na direção da Park Avenue, depois vire a direita e ande até o número 213. 




Foi nesse endereço que funcionou o mítico Max´s Kansas City. Aberto em dezembro de 1965, o Max´s era um ponto de encontro de artistas e intelectuais. Lá você podia encontrar Andy Warhol, Mick Jagger, Allen Ginsberg, Jim Morrison, Robert Mapplethorpe, entre outros. Andy Warhol uma vez disse:” Max´s é onde a Pop Art encontra a Pop Life”. Dentre as bandas que tocaram lá: Velvet Underground, Iggy Pop, Jayne County, New York Dolls, Sid Vicious e o Aerosmith. No ano novo de 1981 o Max´s Kansas City fechou as portas.



quarta-feira, 30 de maio de 2012

Novo do King Kobra




Formado em 1984 por um dos maiores bateristas da história do Rock, Carmine Appice (ex.VANILLA FUDGE, ROD STEWART e OZZY OSBOURNE), o King Kobra está gravando um novo disco.
Segundo o guitarrista David Michael-Phillips, o álbum será uma mistura do som clássico do King Cobra misturado com influências de Led Zeppelin, Whitesnake e Blue Murder.  Eles pretendem fazer um som cheio de peso, groove,  boas melodias e vocais cheios de soul a cargo de Paul Shortino (ex. Rough Cutt). Além dos já citados a banda conta com os membros originais Mick Sweda na guitarra e Johnny Rod no baixo, além é claro, da lenda viva Carmine Appice na bateria.
Algumas músicas que constarão do álbum são: 'In The Night', 'Feelin’ Fine', 'Take Me Back', 'Deep River', 'Got It Comin’', 'We Go Round'.  A previsão de lançamento é para 2013.

domingo, 27 de maio de 2012

Michael Monroe no Inferno

Texto e fotos: Gustavo Carneiro

"Me I'm just a rock'n'roll singer."


Sexta-feira dia 25 de maio, Michael Monroe (ex. Hanoi Rocks) fez uma apresentação memorável no clube Inferno em São Paulo dentro da festa Glam Nation.
Com muita gente vestida como se estivéssemos na Sunset Strip em L.A. nos anos 80, o clima na casa estava ótimo para o que viria a seguir. Depois de uns sons de percussão, Michael abriu o show com "Trick of the Wrist" boa canção do seu mais recente disco "Sensory Overdrive". Depois de mais duas músicas do "Sensory..."o que vimos foi uma sucessão de canções que repesentam o que há de melhor no Glam Punk. Clássicos do Hanoi Rocks como "Motorvatin´", "Malibu Beach Nightmare" e clássicos da carreira solo de Mr. Monroe como "Dead, Jail or Rock ´n´ Roll" e "Not Fakin´It" levaram o público ao delírio. Além disso no set, teve espaço para covers de Johnny Thunders & The Heartbreakers e The Stooges e uma citação a "The Message", clássico do Grandmaster Flash.
Michael Monroe demonstrou que além de bom vocalista é um entertainment de primeira com uma movimentação invejável e boa comunicação com a platéia.
Quem não foi, perdeu um ótimo show e uma aula do melhor do Glam Rock.










Set List:
1. Trick of the Wrist
2. Got Blood
3. Modern Day Miracle
4. Motorvatin' (HANOI ROCKS)
5. Hammersmith Palais (DEMOLITION 23)
6. '78
7. All You Need
8. Nothin's Alright (DEMOLITION 23)
9. Not Fakin' It (NAZARETH)
10. Superpowered Superfly
11. Bombs Away
12. I Wanna Be Loved (JOHNNY THUNDERS & THE HEARTBREAKERS)
13. Mystery City
14. Malibu Beach Nightmare (HANOI ROCKS)
15. Dead, Jail or Rock 'n' Roll
Bis:
16. Taxi Driver (HANOI ROCKS)
17. 1970 (I Feel Alright) (THE STOOGES)

20 Anos de Revenge



 


Kiss - "Revenge" (Mercury, 1992)

by Fernando "ACE" Seabra

O Kiss devia um disco como este há tempos! Devia não só ao cenário do Rock and Roll, ao "Kiss Army" espalhado ao redor do mundo ou ainda à crítica, mas sim e enfim, a eles próprios! Chega de som plastificado, cabelos armados e canções estilo chiclete, com a fórmula infalível, mas já saturada, do refrão interminável!! O que temos agora é uma sucessão de canções que, sem medo de ser prematuro em meu julgamento, incluem este material não somente entre o melhor do grupo, que está para completar 20 anos, mas no roll da história do rock!
Novamente sob a batuta mágica do produtor Bob Erzin, que havia queimado o filme com o grupo no famigerado disco "(Music from the) The Elder", e consequentemente, se queimado com a banda.
Os 12 temas apresentados têm nota 10 em todos os requisitos: composição, arranjo, execução e produção. "Revenge", título amargurado, talvez reflexo da perda do amigo e baterista Eric Carr por decorrência do cancer, o quarteto assume um semblante soturno, coerente com os sentimentos projetados nos quase 60 minutos do álbum. Isso tudo me faz lembrar os dois lps mais pesados do grupo, "Hotter than Hell", de 1974, e "Creatures of the Night", de 1982, mas com uma naturalidade ou ausência de pós- produção que, enfim, fazem você por o disco repetidas vezes em seu som, com o volume no talo! ´Unholy´abre o trabalho, com um Gene sombrio, interpretando a música como se fosse um anjo do apocalipse. Há muito de ´War Machine´ nesta música, isso graças e muito a presença de Vinnie Vincent, que se não decolou como deveria, mostra-se ainda afiado como compositor. ´Take it Off´possui um sacana gosto de clube de sacanagem, com você imaginando strippers tesudas rebolando seminuas. Paul, quem a interpreta, parece que nasceu para compor canções como esta, só que com o auxilio luxuoso de Mr. Erzin, e da performance fenomenal de um Bruce Kulick agora a vontade nas 6 cordas e de um novato, pelo menos na banda, mas experiente mestre das baquetas, já tendo passado por feras como Alice Cooper, The Cult e Black Sabbath, entre outros, Eric Singer; não teria como ser diferente, né?! ´Tough Love´, outra com Paul envenenado, enverada-se pelas searas do Led Zeppelin, com um riff matador. ´Spit´, a faixa seguinte, tambem bebe da fonte zeppeliana, mas pelo enfoque de Gene, soando agressiva e mortal! ´God Gave Rock and Roll to You II´, apesar de já velha conhecida, difere um pouco da versão encontrada na trilha sonora do (pavoroso!!) filme "Bill and Ted Bogus journey", soando menos encorpada e com sonorizaçao ao vivo. Infelizmente, via videoclipe, esta foi a canção despedida de Eric Carr, e se ela já não soava nostálgica, agora ganha contornos de adágio...´Domino´ é, sem sombra de dúvida, uma das 5 melhores músicas de Gene e, também, uma das melhores do Kiss, de todos os tempos, com seu jeito meio Lou Reed e letra perigosa. Outra fenomenal é ´Heart of Chrome´, pelas rédeas de Paul, um hardaço que irá fazer seu prédio vir a baixo - o meu quase o foi hahahahha...´Thou Shalt Not´inverte o ladrão na noite do álbum "Crazy Nights", de 1987, com o linguarudo pondo em prática sua Simmons Way of Life: sexo, mulheres e dinheiro! ´Everytime I look at You´é uma singela balada de Paul, acústica como ´Forever´, mas não tão melosa quanto esta, dando a impressão de uma música romântica madura com jeito de Peter Frampton.



´Paralyzed´confirma a suspeita de que Mr. Simmons tomou gosto pela boa composição rock, deixando pra trás o jet-set hollywoodiano, produtoras de bandas e coisas que não seja sentar o rabo e mandar ver em rocks viscerais! ´Just Wanna´ tem introdução que lembra muito, mas sem cara de plágio, mais como uma homenagem mesmo, o tipo de canção feita por Eddie Cochran, famoso nos anos 50, berço do rock and roll. A letra, ou melhor, o refrao é malicioso, pois te faz querer falar a palavra que faz bem, mas como um antigo blues ou forró, usa o duplo sentido como escapudela à censura. O álbum finaliza com ´Carr jam 81´, que em sua versão original, tinha além de Eric Carr, Ace. Agora temos Bruce, que refaz a introdução, depois reaproveitada nas músicas ´Break Out´, da carreira solo de Ace, e ´Who Wants to be Lonely´, do poser disco "Asylum", de ´85.
O restante da música é um poderoso solo de bateria, que Mr. Carr usaria por todo seu tempo no Kiss, com algumas pequenas adaptações, soando esta instrumental como uma espécie de ´Mob Dick´ revisada, um epitáfio à honrosa carreira daquele que "parece uma criança mas que bate como um homem", conforme Paul dizia em shows, tempos atrás..."Revenge" é tudo isso e muito mais...é um disco que tem que estar na sua coleção!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Entrevista - Andrea Mafer



 
Por Gustavo Carneiro
 
Andrea Mafer é top make-up artist, hairdresser, stylist, blogueira, DJ e produtora de eventos. Além dos talentos múltiplos, Andrea é uma apaixonada pelo Hard Rock. Na entrevista abaixo ela fala sobre moda, Metal Edge, influências e o cabelo do Rikki Rockett.  

1- Como foi o seu primeiro contato com o Hard Rock?
Eu fui criada por uma mãe que adora Rock, então desde criança eu assistia repetidas vezes a fita que minha mãe tinha gravado do primeiro Rock n Rio que tinha Queen, AC/DC, Scorpions, Whitesnake e eu adorava. Ela também tinha os discos dessas bandas e de muitas outras que amo até hoje, então me lembro de escutar Rock e Hard Rock desde sempre.

2- Qual o seu ícone de estilo no Hard Rock?
Sem dúvidas Steven Tyler, desde sempre.

3- O universo visual do Hair Metal influenciou o seu trabalho como make-up artist?
Acredito que o rock em geral influenciou, mas com uma tendência maior para o Glam Rock.

4- Quais elementos do Hair Metal você acha que influenciam a moda atual?
Bem, não sei se é apenas o Hair Metal que influencia a moda atual, acho que é o Rock em geral. Hoje em dia você pode montar um visual Hard Rock até em lojas de departamento. Depende do que você combina, já que hoje temos uma diversidade enorme de calças e jaquetas de couro, estampas animal print, scarfs e lenços, camisetas com taxas, botas texanas e todas essas coisas já estão nas vitrines há algum tempo, o que é ótimo, o que vai fazer a diferença é quem compra e como as combina.

5- Você acha que o Rikki Rockett foi um bom cabelereiro?
Não vi os trabalhos dele, então não posso dizer muita coisa mas julgando pelo cabelo dele (que geralmente até está legal) posso apostar que ele deve ser melhor bateirista do que cabeleireiro. Hahahaha.

6- Quais são as suas cinco bandas favoritas de Hard Rock?
Mötley Crüe
Aerosmith
Alice Cooper
Kiss
AC/DC

7- Quando você começou a trabalhar como DJ?

Em 2005, quando um amigo me convidou pra tocar por meia hora em uma festa dele e eu acabei passando a tocar com ele toda semana.

8- Qual o top 5 dos seus sets como DJ?
Não toco só Hard nos meus sets, então posso dizer as 5 dentro do gênero.
Mötley Crüe - Kickstart My Heart
Aerosmith- Eat the Rich
Cinderella - Shake Me
Danger Danger - Don't Blame it on love
Nelson - More Than Ever


9- Quais os points e festas que você indica aqui no Rio de Janeiro para quem gosta de Hair Metal?
No Rio, infelizmente, não temos muitas opções.
Hoje em dia só conheço a "Hardlands" que é uma festa nova e que vai para a quarta edição. É uma festa ótima, com DJS super competentes que sacam de Hard Rock de verdade.



10- Em qual revista dos anos 80 você gostaria de trabalhar com stylist/diretora de arte: Metal Edge, Circus ou Hit Parader?
Acho que na "Metal Edge" por ser mais variada, mas com certeza me divertiria muito na "Hit Parader", essa revista fez parte da minha vida.